sábado, 17 de agosto de 2013

DOCUMENTOS SECRETOS DA DITADURA REVELAM PLANOS DE GUERRA NUCLEAR CONTRA ARGENTINA



DOCUMENTOS SECRETOS DA DITADURA REVELAM PLANOS DE GUERRA NUCLEAR CONTRA ARGENTINA

Um documento secreto do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) afirma que o governo brasileiro, durante o regime militar (1964-1985), cogitou a ideia de desenvolver uma bomba atômica visando à elaboração de uma política nacional para o uso de energia nuclear e também focando na segurança nacional.

Na reunião, Geisel admitiu a preocupação do governo militar com a questão nuclear depois de um teste atômico realizado na época pela Índia, do possível uso deste tipo de armamento pela Argentina e qual seria o posicionamento do Brasil diante da situação.

Diante disso, o presidente falou da necessidade em "desenvolver uma tecnologia para a utilização da explosão nuclear para fins pacíficos, o que nos permitirá, inclusive, se necessário, dispor de nossa própria arma".

Geisel lembrou que a Argentina teve "relativa facilidade de encontrar urânio", pois foi "mais favorecida pela natureza que o Brasil". Isso, na sua opinião, poderia criar uma condição favorável para que o país vizinho desenvolvesse armas nucleares.

Contudo, ele ponderou sobre o uso do urânio também para fins energéticos e, desta maneira, era necessário evitar julgamentos precipitados sobre os planos argentinos neste terreno: "nesse quadro, devemos evitar a abordagem passional do problema, capaz de nos conduzir a decisões precipitadas, por influência das supostas possibilidades ou intenções da Argentina", acrescentou Geisel.

Mesmo assim, ele argumentou que seria o momento para uma revisão do conceito estratégico nacional e afirmou que "dentro da necessidade de atualização, ressaltada pelo EMFA, o conceito deverá abranger a hipótese de guerra continental envolvendo a Argentina".

O programa nuclear brasileiro começou a ser desenvolvido em 1976, em acordo com a Alemanha, para construir três usinas nucleares para a produção de energia elétrica. Em 1998, o governo de Fernando Henrique Cardoso assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, mas o país já era signatário, desde 1968, do Tratado de Tlatelolco, o qual determinava que a América Latina e o Caribe se comprometiam como regiões livres de armas nucleares. Na constituição de 1988, o Brasil renunciou à possibilidade de desenvolver armas nucleares
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